quinta-feira, 15 de março de 2012

confidencias...

Acordei com um barulho que vinha de longe. Esfreguei os olhos, eles pareciam cheios de areia, sinal de noite mal dormida. Mas afinal, ainda era de madrugada.
Virei para o lado e notei que estava só na cama, me assustei, onde estaria ela? Chamei seu nome e não tive resposta, só ouvi aquele barulho longe e apurando os ouvidos e percebi que o som era de água, som de um banho.
Sorri e voltei a deitar, me espreguicei feliz em saber que logo ela estaria de volta  e eu poderia me aninhar em suas costas, deitar de conchinha como ela tanto gosta e que me dá um prazer danado.
Estar próximo, sentir seu calor em meus braços, assim tão juntinho, poder colocar meu rosto perto de seus cabelos escuros, que estão lisos, mas adoro quando elas os deixa meio encaracolados, mas  que ela sempre coloca para cima para que não fique entre nós dois...poder abraçar seu corpo e sentir a maciez de seus seios.
Sorri novamente, imaginando que mesmo depois de tanto tempo, ela sairia enrolada em uma toalha. Não sei se é pelo mistério ou pela timidez, mas ela é sempre discreta, viria se deitar ao meu lado bem silenciosamente, achando que poderá me acordar. Mas eu sempre acordo, mesmo que tire um cochilo, sempre quando não sinto mais seu calor, desperto.
E o meu sorriso ficou mais largo, antecipando um novo prazer. Fingiria dormir profundamente, virarei para o outro lado, ressonarei profundamente, assim, ela deitará silenciosamente virando para o outro lado, me deixando dormir, não sem antes colocar uma de suas pernas embaixo da minha, é forma que ela tem de se sentir junto.
Ouvi a porta do banheiro se abrir, contive o rizo, mas uma coisa achei estranho..o perfume. Será que ela mudou sua fragrância preferida? Ah,  as mulheres adoram nos surpreender.
Esperei que ela se deitasse, mas só ouvi sons do lado de lá do quarto. Esperei mais um pouco e não contive a espera, me virei e sentei na cama e pude divisar na penumbra do quarto uma mulher...
Loira, miúda, colocando a roupa , e quando percebeu que eu estava acordado, sorriu para mim, dizendo que estava indo. Jogou um beijo de longe, pegou a chave do seu carro e saiu, batendo a porta.
Me deitei novamente, com um nó na garganta, e me recordando que, quem estava comigo era apenas alguem.
O meu amor não estava mais comigo, a perdi em um dia qualquer, talvez tenha sido naquele dia que eu deixei de mostrar que ela é única. Talvez tenha sido no dia que deixei o meu tudo se fragmentar. Talvez tenha sido no dia que arranquei as páginas de minha história.

by Adriana Turrini

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